Se você conhece o inimigo e a si mesmo, não tema o resultado de cem batalhas. Se se conhece, mas não ao inimigo, para cada vitória sofrerá uma derrota. Se não conhece nem o inimigo nem a si, perderá todas as lutas. -Sun TzuA Arte da Guerra é considerado um dos maiores clássicos orientais de todos os tempos, conhecido por tratar a respeito da estratégia militar de forma filosófica. Foi escrito no século IV a.c pelo estrategista conhecido com Sun Tzu. É interessante notar que sua existência é de certa forma duvidosa devido a possíveis incorreções históricas e alguns erros cronológicos. A atribuição da autoria desta obra varia entre os historiadores: desde Sun; a um estudioso Chu Wu Zixu; um autor desconhecido; uma escola de pensamento em Qi ou Wu; Sun Pin; e outros. Independente disto, o fato é que esta obra continua sendo estudada não apenas por estrategista militares como também por empreendedores e empresas que buscam melhorar sua estratégia. Como qualquer obra prima, “A Arte da Guerra” é atemporal. Sun Tzu diz que a arte da guerra é regida por cinco fatores constantes; A Lei Moral, O Céu, A Terra, O Comandante, Métodos e Disciplina. A lei moral diz respeito com que o povo esteja de acordo com seu governante, o seguindo sem se deixar intimidar por nada. O céu e a terra dizem respeito a condições climáticas e ao espaço em que ocorrerão as batalhas. O comandante deve encarnar as virtudes da sabedoria, sinceridade, benevolência, coragem e austeridade. Método e disciplina se referem ao respeito pelas patentes e logística. De cara podemos fazer uma referência com o funcionamento das empresas hoje em dia, pois cada um desses fatores é constante independente se é traçado uma estratégia para a organização de um exército militar ou de uma empresa. Por exemplo, hoje em dia esta cada vez mais em alta o tema de liderança, o conceito de um chefe que apenas das ordens, que não conhece de fato o papel que deveria estar atuando dentro da empresa foi ultrapassado. Assim como a ideia de um verdadeiro comandante, um líder é sábio, conhece de fato aqueles que estão sob sua liderança, não apenas dá ordens, é um tutor com alto grau de empatia. Aos interessados, existem outros dois clássicos orientais que abordam o tema da estratégia de forma tão boa quanto. Um deles é “Bushido, o Código do Guerreiro” escrito por Daidoji Yuzan. Bushido literalmente significa “caminho do guerreiro” é um código de conduta e modo de vida para os Samurai (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi), vagamente semelhante ao conceito de cavalheirismo que define os parâmetros para os Samurais viverem e morrerem com honra. É um livro que tenta unir o guerreiro com o poeta e o monge. O outro livro chama-se “O Livro Dos Cinco Anéis” escrito por Myamoto Musashi, um dos samurais mais importantes de todos os tempos. Neste livro ele une todo o conhecimento obtido em centenas de duelos de vida ou morte junto com a filosofia zen que molda a mente e o caráter. A trajetória de vida de Myamoto Musashi é extremamente interessante, pois este começa como um samurai em busca de fama e reconhecimento e termina como um monje apenas contemplando a vida. Título: A Arte da Guerra Autor: Sun Tzu Editora: Jardim dos Livros Ano: 1998 Número de páginas: 160 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
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Você não precisa viajar para encontrar o estranho. Você acorda para este.Um livro que conta sua história através de imagens apenas, literalmente sem o uso de nenhuma palavra, e mesmo assim ao chegar ao final existe a sensação de ter escutado muito. Descobrimos que a linguagem falada e escrita é apenas uma forma de comunicação de um leque gigante de meios de se conectar e interagir. é possível até fazer um paralelo com filmes mudos, porém mesmo assim é falar pouco, na realidade assim como o livro não se utiliza de palavras para se expor, é impossível por meio destas explica-lo. Possui uma aura muito misteriosa na sua mistura de temas extremamente realistas e extremamente fantásticos ao mesmo tempo. Cada página que o compõe podia muito bem ser inserido em uma gravura e consideraríamos cada pequena parte de sua história uma imensa obra de arte por si só, realmente, é perceptível o esforço e tempo que foram desprendidos para a criação desta obra. Vale lembrar que todos os desenhos foram feitos a lápis. O autor consegue nos colocar em uma posição em que parece estarmos vivenciando as passagens, temos a sensação de que isto é real. Talvez de maneira simbólica realmente seja. O tema se trata do processo de imigração e suas dificuldades (qual o próprio autor também passou), porém ao mesmo tempo, pela inserção da fantasia sentimos como sendo algo universal e nostálgico que vai além de uma simples palavra. Sua arte junta o melancólico com o feliz, o sofrimento com esperança, realidade e fantasia. É uma obra única, que parece ter atingido um nível de comunicação totalmente inovador. Em uma época que as formas de arte e expressão parecem ter estagnado, em que o novo não é mais estimulado (na verdade é até temido), encontrar alguém que não tenha medo de experimentar nos atinge como um sopro de ar fresco. Título: A Chegada Autor: Shaun Tan Editora: Levine Books Ano: 2007 Número de páginas: 128 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
uma brincadeira tão legal que é esse jogo da visãoUma HQ muito enigmática e extremamente difícil de se interpretar, por mais que contenham só 25 páginas, sendo grande parte apenas desenhos sem diálogos. Foi criada através da parceria entre Alejandro Jodorowsky e Jean Giraud, também conhecido por Moebius, portanto é de se esperar que se trate de algo extremamente simbólico com uma arte extremamente bela. Por algum motivo as artes de Moebius despertam emoções que pareciam estar enterradas a muito tempo e esta talvez seja a beleza de histórias como essa, a capacidade de se relacionar com o leitor intimamente. Pode-se dizer que é uma história em quadrinhos minimalista, contendo apenas um garoto, um gavião, um gato e uma cidade em ruínas. Mesmo assim ao terminar de ler a história fica-se dias ou até meses com ela cabeça, sendo digerida pelo cérebro para se achar um significado. Mas aí que está a chave, é uma história com apelo emocional, e por mais que achemos um significado, este não vem por meio de palavras. Assim como a história em quadrinhos, o encontro de Jodorowsky e Moebius também parece ter sido extremamente surreal. Como dito por Alejandro: “Foi o acaso que guiou minha colaboração e amizade com Moebius. Estávamos destinados a criar nossas Graphic Novels juntos por causa de forças mágicas além de nosso controle.” De sua colaboração nasceu “Os Olhos do Gato”, no começo foi distribuído de graça, porém rapidamente começaram a vender cópias no mercado negro e seus vendedores ganharam muito mais dinheiro do que ambos, porém para Jorodowsky, eles ganharam um imenso prazer artístico nesta experiência, o que com certeza vale mais do que algumas notas de papel. Para aqueles que se interessaram pela arte ou história, vale a pena conferir algumas outras obras destes dois, como por exemplo “O Incal”, “A Garagem Hermética” ou os diversos filmes dirigidos por Jodorowski todos com este tom “estranho” e muito simbólico. No final da leitura fiquei com uma questão girando na minha cabeça por dias. Por que precisamos tanto de um meio externo sem ser nós mesmos para formar um ponto de vista? Título: Os Olhos do Gato Autor: Alejandro Jodorowsky;Moebius Editora: Nemo HQ Ano: 2015 Número de páginas: 56 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
Eis meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.Uma obra que pode ser considerada atemporal, O Pequeno Príncipe narra a história semifictícia de um homem que faz um pouso de emergência no deserto do Saara e lá encontra um pequeno garoto que diz ser de outro planeta e começa a contar sua história. Superficialmente parece ser uma história reservada apenas para crianças, porém está errado quem pensa assim, o livro é repleto de pequenas sutilezas que podem servir para todos começarem a traçar um caminho em busca de si mesmos. Não é à toa que Martin Heidegger, grande filósofo existencialista considerou esta a maior obra existencialista do século XX. Além disto, é o livro mais traduzido da história depois da Bíblia e do Alcorão. Tão comovente quanto o livro foi a própria vida de seu escritor. Jean-Baptiste Marie Roger Pierre de Saint-Exupéry nasceu em 1900 na cidade de Lyon. Duas características marcantes que eram vistas em Saint-Exupéry em sua infância eram sua criatividade e imensa vontade de voar. Em 1921 foi chamado para a força aérea Francesa, porém incumbido de ficar no solo consertando aviões. Por este motivo decide realizar um curso de aviação por conta própria. Durante o seu curso, enquanto seu instrutor estava distraído, Saint-Exupéry decide decolar sozinho, sem ter tido nenhuma instrução em como pousar o avião! Para a surpresa de todos este consegue pousar aos solavancos tendo como consequência apenas uma cabine pegando fogo e duas semanas de prisão… Talvez a parte mais emocionante da vida deste homem foi em 1934, quando junto com seu mecânico Prévot tentam quebrar o recorde de velocidade Paris-Saigon. No meio do caminho uma pane derruba o avião no meio do deserto da Líbia. Sem água, sem comida e com um calor escaldante passam quatro dias de sede e fome, tentam captar o orvalho da noite com lonas do avião e quase morrem envenenados. Ao fim do quarto dia Prevot crê estar vendo um anjo. Na verdade é um beduíno do deserto que os salva da morte certa. Em 1944 Saint-Éxupéry realiza seu último voo, em meio a segunda guerra mundial, e seu avião é abatido. Apenas em 1998 conseguem descobrir que seu avião foi abatido por um soldado Alemão chamado Horst Rippert. Ao saber disto, este reconhece: “Se eu soubesse que quem estava pilotando era Saint-Exupéry, jamais o teria derrubado. Todos nós líamos seus livros.” Durante sua queda no deserto, Exupéry percebeu que o único meio de se manter vivo era dar atenção a beleza das pequenas coisas, do céu estrelado à raposa do deserto se alimentado de pequenos caracóis. Com certeza voltou mudado desta viajem, muito mais ligado às questões humanas. Essa história é extremamente parecida com o pequeno príncipe, que aparece para ajudar e ensinar o piloto caído a amar a vida e encontrar sentido novamente. Quem sabe nos dias de fome e sede ele realmente tenha avistado o príncipe…
“Em um mundo em que a vida se une tanto à vida, em que as flores amam as flores no leito dos ventos, em que o cisne conhece todos os cines, só os homens constroem sua solidão”Título: O Pequeno Príncipe Autor: Saint-Exupéry Editora: Geração Ano: 2015 Número de páginas: 129 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
Basta um dia ruim para reduzir o mais são dos homens em um lunáticoEscrito em 1988 por Alan Moore, Batman a Piada mortal foi uma HQ tão impactante e inovadora que vem sendo reeditada desde então. Ganhou o prémio Eisner para ‘Melhor Álbum Gráfico’ em 1989 e apareceu na lista dos mais vendidos do New York Times em Maio de 2009. A história em si não é tão diferente das outras. O Coringa escapa do asilo Arkham e Batman vai atrás dele em busca de justiça. O que a destaca das demais histórias do Homem Morcego, porém, são as imagens impactantes e o quão profundo o autor nos coloca na psicologia do vilão. A visão de mundo do Coringa é desencadeada por um evento que acaba o transformando em alguém que vê a vida como algo absurdo, sem sentido. Para ele, a loucura é o meio de escapar desta falta de sentido e de certa forma, da falta de justiça na qual o mundo naturalmente é regido. Um dos diferenciais desta história, é que o vilão não está apenas tentando cometer algum crime ou algo do tipo, sua verdadeira força motriz é tentar deixar alguém considerado normal e justo, louco. “Assim, quando você estiver dentro de um desagradável trem de recordações, seguindo para lugares do seu passado onde o risco é insuportável…lembre-se da loucura. A loucura é a saída de emergências.” O próprio meio que o Coringa usa para atingir sua meta pode ser considerada uma metáfora de como ele enxerga a vida: um circo cheio de memórias insuportáveis que não podem ser compreendidas. Alan Moore é conhecido por utilizar muito simbolismo em suas obras e aqui não é diferente. Vemos o Coringa operando em um circo, uma metáfora para o que ele acha da vida. Já o local em que ele leva a pessoa que quer enlouquecer é um túnel repleto de memórias reprimidas, uma parte inconsciente da mente que traz desconforto à pessoa envolvida por tratar de coisas que este não quer aceitar. No final há um diálogo extremamente enigmático entre ambos (Coringa e Batman), e percebemos que o herói da história também possui um tom de loucura, porém opera para outro lado. Talvez a diferença entre os dois é que o Batman não se fechou para suas memórias, por mais que elas o machuquem ao serem recordadas. Provavelmente esta seja uma das únicas histórias em que vemos uma certa compaixão que um tem pelo outro. Tanto o Coringa quanto o Homem Morcego lutam pela justiça de certa forma, porém um quer mostrar o quanto esta não existe mais na sociedade através de uma insana ironia enquanto o outro tenta ser a fagulha que despertará nos outros o senso de justiça e força de vontade. É por estes dois serem parecidos e ao mesmo tempo diferentes que torna seus confrontos sempre extremamente interessantes e repletos de questionamentos filosóficos. Título: Batman: A Piada Mortal Autor: Alan Moore Ilustrador: Brian Bolland, John Higgins Editora: Panini Ano: 2017 Número de páginas: 82
diante desta noite carregada de sinais e de estrelas eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo.O Estrangeiro é uma obra escrita em 1942 por Albert Camus, vencedor do prêmio Nobel de Literatura. O livro faz parte do chamado ciclo do absurdo, composto pelo romance O Estrangeiro, O Mito de Sísifo (um ensaio) e Calígula (peça de teatro). Camus foi um filósofo existencialista e para ele o próprio ato de existir era um absurdo, pois o homem está sempre diante do nada tentando encontrar algum sentido para viver. Esta pode parecer uma visão depressiva da vida, porém para os existencialistas é o contrário, ao percebemos isto estamos de certa forma “livres”. Camus nasceu na Argélia em 1913, e depois se naturalizou Francês. Foi também jornalista militante engajado na resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra. Após completar seu doutorado, uma forte crise de tuberculose o abateu, o colocando muito próximo da morte. O clima de guerra somado à tuberculose acabou influenciando fortemente seu pensamento. O Estrangeiro é um romance relativamente simples, sem muitas especulações filosóficas. Ao invés disso ele expõe sua filosofia através dos personagens e dos acontecimentos. O personagem principal é uma pessoa como todas as outras, com a única diferença de que ele enxerga a vida como sendo algo extremamente simples. Nós leitores nos sentimos como sua consciência, observando os sentimentos e fatores que o motivam a atuar. Isto é essencial neste romance, compreender os personagens. Inclusive, algo que está sendo sempre ressaltado, talvez de forma sutil, é que o único meio de realmente entender alguém é se colocando em seu lugar, o que significa compreender suas emoções, pontos de vista e emoções. Assim como Camus, o personagem também parece ter tido uma epifania a respeito da vida perto da morte. “Eu parecia ter as mãos vazias. Mas estava certo de mim, certo de tudo, mais certo que ele, certo da minha vida e desta morte que se aproximava. Sim, só tinha isto. Mas ao menos agarrava está verdade tanto quanto esta verdade se agarrava em mim. Tinha tido razão, ainda tinha razão, teria sempre razão. Vivera de uma certa maneira e poderia ter vivido outra…É como se durante todo o tempo tivesse esperado por este minuto e por essa madrugada em que tudo seria justificado.” Uma visão as vezes difícil de se aceitar, porém libertadora. Título: O Estrangeiro Autor: Albert Camus Editora: Bestbolso Ano: 2010 Número de páginas: 112 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
Onde estava a porra dos adultos nessas horas?Imagine se um dia você descobrisse que seu colega na escola se tornou um dos maiores psicopatas que já existiram. Esta é a premissa da HQ (história em quadrinhos), em que o próprio autor conta como foi a experiência de estudar com Jeffrey Dahmer anos antes deste vir a se tornar conhecido e como era seu comportamento na escola, quais traços indicavam seu futuro extremamente escuro que estava por vir. Sua escrita e arte traz um certo tom cômico à um assunto que a maioria das pessoas acham assustador (com razão), porém, o mais interessante são os questionamentos levantados durante a história, qual a diferença entre um psicopata e uma pessoa “normal”? O que leva uma pessoa a sentir recompensa em tais atos? O que ocorreu na sua vida para torna-lo desse modo? O que ele sentia internamente? Seria possível evitar com que ele cometesse os assassinatos? Esta narrativa se diferencia muito de outros relatos sobre psicopatas, pois ao lê-la percebe-se uma certa intimidade que o escritor possuía com Dahmer, e, é esta proximidade que acaba trazendo um caráter mais emocional, profundo e real nos permitindo enxergar com clareza um assunto muitas vezes mal compreendido. Através da leitura do livro percebemos que um psicopata se forma pela mistura de um conjunto de elementos, não apenas por um desvio psicológico. Jeffrey Dahmer além de possuir algum tipo de distúrbio, foi abandonado pela mãe, que era extremamente depressiva. Era uma pessoa muito fechada e tímida. Mas o pior, não tinha ninguém para contar o que sentia. Para esconder de si mesmo este turbilhão de coisas que passavam por sua cabeça começou a ingerir muito álcool e como consequência desta repressão intensa, a pressão por expressão destes conteúdos começou a se tornar insuportável, culminando nos atos aterrorizantes que este cometeu. Mesmo se tratando de um assunto difícil de engolir, o escritor escreve e desenha de maneira leve, a narrativa em nenhum momento se torna intensa ou horripilante, e há um certo tom de curiosidade passada do autor para o leitor em tentar entender o que faz com que alguém cometa tais atos e como nós como sociedade poderíamos evitar isso de acontecer. Não há uma resposta final, mas percebe-se que o ser humano tem uma necessidade intrínseca que torna sua vida melhor e o impede de cometer certas loucuras: a de compartilhar experiências. Em 2017 foi lançado um filme baseado neste livro que foi muito bem recebido pela crítica, mas de certa forma é muito diferente desta história em quadrinhos. Não tem o mesmo tom de comédia obscura que arte de Derf Backderf traz à tona, a sensação de isolamento do personagem principal e a intimidade que este teve com Dahmer. Terminamos de ler e sentimos que conhecemos o assassino pois fomos apresentados a vida interna deste, todos seus questionamentos e angustia por sentir coisas que nem ele queria sentir, por não conseguir se enquadrar na sociedade. Título: Meu Amigo Dahmer Autor: Derf Backderf Editora: Darkside Books Ano: 2017 Número de páginas: 288 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
Tudo quanto penso, tudo quanto sou, é um deserto imenso, onde nem eu estou. -Fernando PessoaA série Duna escrita por Frank Herbert é considerada uma das maiores obras primas de ficção cientifica e a mais vendida de todos os tempos. Duna se passa em um futuro distante no meio de um império intergaláctico feudal em expansão. O livro conta a história do jovem Paul Artreides, herdeiro do Duque Leto Atreides e da respectiva Casa Artreides, na ocasião da transferência de sua família para o planeta Arrakis. O mais interessante sobre este livro, porém, é o quão inovador ele foi e continua sendo, trazendo para o enredo temas como religião, economia, política, ecologia, espiritualidade, psicologia, ciência e uma história perfeita, capaz de transformar qualquer pessoa. O próprio personagem que é chamado de “Kwisatz Haderach” (aquele que diminui o caminho, ou, aquele que se teleporta) vem do termo cabalístico “Kefitzat Haderech” que basicamente significa “aquele que diminui a distância entre dois pontos.” O livro mistura um universo fictício com elementos históricos e reais. É notável a influência islâmica e de outras formas de religião (religar) no livro, o próprio personagem principal pode ser considerado como uma espécie de profeta, os Zensunni seguidores do Zen-Budismo, o Jihad Bluteriano (guerra contra as máquinas que se tornaram conscientes) vem do conceito de Hajj ou Jihad que são respectivamente a peregrinação à meca e a guerra santa. Enfim, é um livro extremamente rico, e uma de suas interpretações é que este se refere a dependência do ocidente com o petróleo que existe no oriente. Porém o leitor perspicaz notará que existem praticamente infinitas interpretações a respeito do livro. O importante é mergulhar na história, se sentir o personagem e aprender com os problemas que este se depara e termina por resolver. Através de Paul Artreides podemos ter uma noção de como é a vida de alguém “escolhido” e de todas dificuldades que esta pessoa passa internamente (as viagens imaginais são capazes de deixar qualquer pessoa intrigada). Frank Herbert faleceu em 1986 e deixou talvez um dos maiores universos fictícios já construídos, totalizando uma série com seis livros e que depois foi completada com mais títulos escritos pelo seu filho. Título: Duna Autor: Frank Herbert Editora: Aleph Ano: 2017 Número de páginas: 680 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)
O homem culto é apenas mais culto; nem sempre é mais inteligente que o homem simples
-Hermann Hesse
Escrito por Hermann Hesse (vencedor do Nobel em literatura) em 1922. O livro narra a trajetória de Siddharta Gautama, mais conhecido como o Buda, pela busca da plenitude espiritual. O interessante da narrativa é a cisão existente dentro do próprio Sidarta: aquele que ensina sua doutrina para os outros; e aquele essencial que sabe que ainda não encontrou totalmente a iluminação e tem de estar sempre trilhando um caminho de desenvolvimento.
Durante suas vivências percebemos que a chave para a plenitude não reside em apenas um caminho ou abandono e sim nas experiências e pessoas diversas que a própria vida nos confronta, sempre recebendo-as com respeito, bondade e atenção. Como diria o próprio Sidarta, “Sei pensar, sei esperar, sei jejuar”. Agora, o significado disto só nossa experiência pessoal poderá nos dizer.
O livro usa a figura de Sidarta para mostrar um caminho que na verdade é universal e não exclusivo para o personagem do livro. Todos podem usufruir desta leitura para continuar andando, encontrar inspiração nos momento mais difíceis de nossas vida, e nos mais belos também!
CELEBRAÇÃO
O tempo chegará quando, com júbilo você cumprimentará a si mesmo ao chegar à sua própria porta, em seu próprio espelho e cada um sorrirá diante do acolhimento do outro, e dirá, sente-se aqui. Coma.
Você amará novamente o estranho que era você mesmo. Ofereça vinho. Ofereça pão. Ofereça de volta o teu coração para ti mesmo, para o estranho que te amou toda a tua vida, aquele que te conhecia de cor e a quem você ignorou em favor de outro.
Pegue de volta as cartas de amor da estante, as fotos, os bilhetes desesperados, descasque sua própria imagem do espelho. Sente-se. Celebre sua vida.
Derek Wallcott
Título: Sidarta Autor: Hermann Hesse Editora: Best Bolso Ano: 2012 Número de páginas: 144 Sua empresa tem uma biblioteca Kisoul e você quer ler esse livro? Nos mande um ‘oi’ que levamos ele para você =)